segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tortura Moderna

"Tenta sim. Vai ficar lindo."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.

- Quer bem cavada?
- ...é... é, isso.

Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.

- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.


Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?

Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.

- Tudo ótimo. E você?

Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.

Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.

- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.

Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.

Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei a terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.

Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.

- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.

Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.

- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.

Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:

- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.

Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu tuin peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- Vira agora do outro lado.

Porra... por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado  novamente abre a cortina.

- Penélope, empresta um chumaço de algodão?

Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.

Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bichinha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.

Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.

Autora: ?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Conselhos de uma Sexóloga

Mulheres, leiam e pratiquem os conselhos dessa psicóloga!!! E homens leiam com atenção!!! 

Meninas de todo o Brasil, tenho um conselho valioso para dar aqui:
Se você acabou de conhecer um rapaz, ficou com ele algumas vezes e já está começando a imaginar o dia do seu casamento e o nome dos seus filhos, pare agora e ME ESCUTE! 


Na próxima vez que encontrá-lo, tente (disfarçadamente) descobrir como é sua barriga. Se for musculosa, torneada, estilo 'tanquinho', fuja! Comece a correr agora e só pare quando estiver a uma distância segura. É FRIA, vai por mim. 

Homem bom de verdade precisa, obrigatoriamente, ostentar uma barriguinha de chopp, senão, não presta. Estou me referindo àqueles que, por não colocarem a beleza física acima de tudo (como fazem os malditos metrossexuais), acabaram cultivando uma pancinha adorável. Esses, sim, são pra manter por perto.E eu digo o POR QUÊ: 

Você nunca verá um homem barrigudinho tirando a camisa dentro de uma boate e dançando como um idiota, em cima do balcão. Se fizer isso, é pra fazer graça pra turma - e provavelmente será engraçado mesmo. Já os 'tanquinhos' farão isso esperando que todas as mulheres do recinto caiam de amores - e eu tenho dó das que caem. 

Quando sentam em um boteco, numa tarde de calor, adivinha o que os pançudos pedem pra beber? Cerveja! Ou Coca-cola, tudo bem também. Mas você nunca os verá pedindo suco ou coca-light. Ou, pior ainda, um copo com gelo, pra beber a mistura patética de vodka com 'clight' que trouxe de casa. E você não será informada sobre quantas calorias tem no seu copo de cerveja, porque eles não sabem e nem se importam com essa informação. 

E no quesito comida, os homens com barriguinha também não deixam a desejar. Você nunca irá ouvir um 'ah, amor, 'Quarteirão' é gostoso, mas você podia provar uma 'McSalad' com água de coco'. Nunca! Esses homens entendem que, se eles não estão em forma perfeita o tempo todo, você também não precisa estar. 

Atenção:
Não é pra chegar ao exagero total e mamar leite condensado na lata todo dia! Mas uma gordurinha aqui e ali não matará um relacionamento. Se ele souber cozinhar, então, bingo!!! Encontrou a sorte grande, amiga. Ele vai fazer pra você todas as delícias que sabe, e nunca torcerá o nariz quando você repetir o prato. Pelo contrário, ficará feliz. 

Outra coisa fundamental:
Homens barrigudinhos são confortáveis! Experimente pegar a tábua de passar roupas e deitar em cima dela. Pois essa é a sensação de se deitar no peito de um musculoso besta. Terrível! Gostoso mesmo é se encaixar no ombro de um fofinho, isso que é conforto. 

E na hora de dormir de conchinha, então? Parece que a barriga se encaixa perfeitamente na nossa lombar, e fica sensacional. Homens com barriga não são metidos, nem prepotentes, nem donos do mundo. Eles sabem conquistar as mulheres por maneiras que excedem a barreira do físico. E eles aprenderam a conversar, a ser bem humorados, a usar o olhar e o sorriso pra conquistar. É por isso que eu digo que homens com 'barriguinha' sabem fazer uma mulher feliz. 

Carla Moura (Psicóloga, Especialista em Sexologia e Terapia de Casais).

terça-feira, 20 de abril de 2010

O amor...

"O amor causa um enorme impacto na forma como as pessoas agem e se sentem. Existem muitos tipos de amor e cada um deles tem o poder de contribuir para a nossa saúde, pois todos estão repletos dos melhores sentimentos. Existe o amor do companheiro, e não há canções ou poemas suficientes para descrever o que ele significa. Existe o amor da amizade, um fio capaz de conectar e iluminar toda sua vida. Todos os outros amores tem o mesmo poder: o amor de Deus, o amor pela natureza, o amor pelas artes, pelos elásticos de cabelo e por pudim de leite; o amor pela dança, pelas descobertas e até por bicicletas. Quando é bem acolhido, o amor invade alegremente todos os aspectos da vida. E cada tipo de amor aumenta a capacidade de nos abrirmos para outro. Procure ficar totalmente receptivo e pronto para o amor."
 
Patch Adams

sábado, 17 de abril de 2010

As Mineiras

O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar.
Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo ficou de fora?
Porque, Deus, que sotaque!

Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde.
Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso?
Assino achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar").

Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.
Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade.
Fala que ele é bom de serviço.

Pouco importa que seja um juiz de direito, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô.
Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço.
    Faz sentido...

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem.
Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?"
Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.

Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer:
Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados.
Quer dizer, por exemplo, trabalhar.
Se lhe perguntarem com que você mexe, não fique ofendido.
Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir.
Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta.
Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:
Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não,sô.

Esse "aqui" é outro que só tem aqui.
É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase.
É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, "olá, me escutem, por favor".
É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem "apaixonado por".
Dizem, sabe-se lá por que, "pêxonado com".
Soa engraçado aos ouvidos forasteiros.
Ouve-se a toda hora: "Ah, eu pêxonei com ele...".
Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).
Elas vivem apaixonadas "com" alguma coisa.

Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe.
É um tal de "bonitim", "fechadim", e por aí vai.
Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?". Traduzo: "E aí, vamos?".

Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira.
Não ouvirá nunca.
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal.
Aqui certas regras não entram.
São barradas pelas montanhas.

No supermercado, não faz muitas compras, ele compra "um tanto de côsa".
O supermercado não estará lotado, ele terá "um tanto de gente".
Se a fila do caixa não anda, é porque está "agarrando" [aliás, "garrando"] lá na frente. Entendeu?
Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: Ai, gente, que dó.
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.

Não vem caçar confusão pro meu lado.
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão".
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".

Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom vai dizer: "Ô, é sem noção".
Entendeu, leitora? É sem noção!
Você não tem, leitora, idéia do "tanto de bom" que é.

Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?

Capaz... Se você propõe algo e ela diz: capaz!!!
Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo.
Quer dizer o quê?
Sei lá, quer dizer "ce acha que eu faço isso"? com algumas toneladas de ironia...
Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "Ô dó dôcê".
Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."?
Completo ele fica:- Ah, nem...
O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum.

Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?".
Resposta: "Nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem.

Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?
A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?".
A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"?
Tão simples. O resto do Brasil complica tudo.

É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...
Falando em "ei...".
As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi".
Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...
Tem tantos outros...

O plural, então, é um problema.
Um lindo problema, mas um problema.
Sou, não nego, suspeito.
Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.

Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.
Se você, em conversa, falar: Ah, fui lá comprar umas coisas...
Que' s côsa? - ela retrucará.
O plural dá um pulo.
Sai das coisas e vai para o que.

Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade".
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
Ele pôs a culpa "ni mim".

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios em Minas...
Ontem, uma senhora docemente me consolou: "prôcupa não, bobo!".
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim.

A fórmula mineira é sintética. E diz tudo.
Até o "tchau" em Minas é personalizado.
Ninguém diz tchau pura e simplesmente.
Aqui se diz: "tchau procê", "tchau procês".
É útil deixar claro o destinatário do tchau.
Então...

Tchau procês!

Autor: ?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Salve BH!!!


Na úlltima Sexta-Feira, dia 09 de Abril, a Prefeitura de Belo Horizonte protocolou uma emenda substitutiva ao Projeto de Lei  820/09 (que altera a Lei de Uso e Ocupação do Solo) que é, no mínimo preocupante:  
Neste substitutivo, a PBH promove o maior atentado às áreas verdes da história de BH. Nele, a lei que garante o status de área de preservação ambiental da Mata das Borboletas é revogada e é nele que também se encontra a operação urbana que acaba com 60% da Mata do Planalto.   
Como se isso não fosse o suficiente para protestar, o Prefeito Márcio Lacerda ainda protocolou, no apagar das luzes, a “Operação Urbana Regional Isidoro”, que é a intenção de construir um conjunto com 75 mil apartamentos na maior área de preservação ambiental de Belo Horizonte – a Mata do Isidoro (também conhecida como Granja Werneck). 
A Operação Urbana do Isidoro acabará com 6 milhões de metros quadrados de área de preservação em Belo Horizonte e suprimirá 29 nascentes no processo. Pior, além de criar um déficit ambiental, esta operação ainda sobrecarregará as contas públicas e piorará substantivamente a qualidade de vida de quem mora em BH. 
Leia atentamente as instruções no site e assista ao vídeo do protesto bem-humorado clicando no título da postagem.

terça-feira, 13 de abril de 2010

.... ahhhh.... o namoro!!!

Namoro é assim né, começa lindo, aquele deslumbramento todo e toda fase das promessas. Tudo pode ser prometido nessa fase, desde uma bala até a estrada asfaltada para a Lua; e em tudo acredita-se, inclusive na tal estrada! Aí começam as pequenas coisinhas que incomodam e você percebe que não dá pra cumprir todas as promessas; então se sente quase um político em campanha, parando pra pensar em quão mentirosa talvez possa ter sido nos momentos de emoção e entusiasmo. Isso se dá exatamente quando você cogita pela primeira vez a possibilidade de dar fim ao relacionamento, e então, o ser humano de caráter, entra em parafuso, pensando na antítese de sua existência, que fica o tempo todo tentando namorar e quando consegue, se vê querendo a solteirice!
É, realmente, ninguém é feliz com o que tem! Muito típico do gênero feminino, no qual eu me incluo, essa indecisão; porquê homem não, homem é prático, quando quer, Quer; quando não quer, sai fora! Mulher???? "Putz", a gente nunca sabe exatamente o que quer, e por mais correta que tente ser, sempre troca os pés pelas mãos. Toda mulher quer, ou pensa em casar e ter filhos, e para isso claro, precisa de uma vítima, a tal que, coitada, ainda nem sabe  que é vítima potencial, o homem, aquele ser conquistador que aparece, paga a conta, abre a porta do carro e te leva pra casa, te dá um beijo (no primeiro encontro) e nem tenta te comer, e pra surpreender ainda mais, te liga no dia seguinte.... pronto, é o fim, você tá tão carente dessa atenção que com mais duas atuações dessas apaixona, se ele ainda tiver a criatividade de te elogiar, falar coisas sensíveis e interessantes, e fizer um sexo incrível (é porquê você não vai resistir ao segundo encontro), aí sim, você já até começa a imaginá-lo como pai dos seus filhos. Não que isso não tenha acontecido antes, claro, você é uma mulher super badalada e já conheceu vários caras legais que não deram em nada, mas com esse vai ser diferente, COM ESSE VAI, e até que enfim você vai conseguir dar o netinho que a sua mãe tanto pede! Desse ponto, para o namoro é uma vírgula, - e olha ela aí - então estamos namorando!
Lembra da fase que eu comentei no início? Pois é, vamos às promessas!!! O mundo é lindo, tudo é rosa (não que eu goste de rosa, mas é um bom jargão), é maravilhoso! Você consegue até mesmo fazer promessas a uma pessoa que você conhece a exatamente quanto tempo? Deixa eu ver bem aqui, três encontros?? TRÊS ENCONTROS?? Sim, é isso mesmo, você conseguiu aceitar um pedido de namoro (pelo menos, não foi sua a iniciativa) feito no terceiro encontro, e pra completar, ainda consegue fazer promessas, planejar uma vida a dois, pensa que já está investindo num relacionamento sério e duradouro. Claro que, como pontos a favor tem que o cara é um perfeito cavalheiro, não tentou te comer no primeiro encontro, faz um sexo incrível (descoberta do segundo encontro) e ainda fala que você é a mulher da vida dele! Isso mesmo, ele é tão decidido que já concluiu que quer ficar com você pra sempre, e já consegue dizer que te ama, que você será a mãe dos seus filhos! Concluindo, você, mulher sonhadora, acabou de ganhar na mega sena sozinha!
Mas milionário de primeira viagem sempre gasta além da conta, e mesmo não sendo a sua primeira viagem, o seu lado consumista fala mais alto, e obviamente vai consumir o relacionamento recém adquirido! Começam as pequenas crises, coisinhas idiotas, mas que te fazem refletir sobre a efemeridade da vida, dos sentimentos, das relações pessoais; num dado momento, decide-se que sacrifícios agora não são bem vindos, porque esse momento da vida é de descisão e existem muitas outras coisas mais importantes a serem resolvidas. É aí que o desfecho final se desenha em sua mente e a última cena do namoro se baseia numa conversa pelo msn, com muitas lágrimas, para colocar fim no sonho de bela adormecida (ou branca de neve, rapunzel... alguma dessas princesas Disney). Sim, o sonho acaba, e ao contrário dos contos de fadas, os pombinhos não foram felizes para sempre!
Mulher que é mulher, assim como eu, nunca deixa de sonhar, e até que apareça a próxima vítima potencial, conquistadora e cavalheira, você vai ficar naquela de donzela abandonada, ou não né? Porque, afinal de contas, você é uma mulher bacana, e balada é o que não falta! E quem sabe, não vai ser na farra que você vá conhecer seu próximo príncipe encantado? Por essas e outras, prefiro ficar solteira!!!

(By me ... Josy Oliveira)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Dar não é fazer amor!!!

Dar não é fazer amor. Dar é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido. Mas dar é bom pra cacete. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...Te chama de nomes que eu não escreveria...Não te vira com delicadeza...Não sente vergonha de ritmos animais. 

Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar... Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral... Te amolece o gingado...Te molha o instinto. Dar porque a vida é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois. Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos. Mas dar é dar demais e ficar vazio. Dar é não ganhar. É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter companhia garantida para viajar. É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia. Dar é não querer dormir encaixadinho... É não ter alguém para ouvir seus dengos... 

Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor. Esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar. Experimente ser amado(a)...
Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 7 de abril de 2010

24 HORAS PARA ACABAR COM A CORRUPÇÃO

Dentro de menos de 24 horas o Congresso irá finalmente votar no Projeto de Lei Ficha Limpa.

Nós só temos dois dias para convencê-los de passar esta legislação ousada que irá mudar a política brasileira para sempre!

A Lei Ficha Limpa irá remover das eleições candidatos que cometeram crimes sérios como desvio de verba pública, corrupção, assassinato e tráfico de drogas. Vamos pressionar nossos deputados conseguindo 2 milhões de assinaturas para mostrar que se eles não votarem pela "Ficha Limpa" não votaremos neles! Assine abaixo e depois divulgue para todo mundo:

Gramaticando!!!

Esta é uma redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco - Recife) ou, quem sabe, de outra instituição de renome, por esse Brasil afora. Ela obteve vitória em um concurso interno, promovido pelo Professor Titular da Cadeira de Gramática.
¨Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, Num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."

terça-feira, 6 de abril de 2010

Sobre o Brasil

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil. E realmente parece que é um vício falar mal do Brasil.
Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos.  Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não é nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e (pasmem!) se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.  Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo – ou de lavar as mãos - antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.  Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal – e tem fila na porta.  Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não- fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.  Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir para lá dar aulas de  como conquistar o cliente.”
Deborah Clasen

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Oi pessoal!!

Oiiieeeee... isso aqui andou meio paradinho, mas graças a uma ajuda maior, consegui recuperar o meu blog!!! Hoje estou um pouquinho agarrada, mas a partir de amanhã veremos novas idéias por aqui!!! Bju Bju Bju!!!